Niver da Claudinha

Aos 30 Aninhos Claudinha leitte fala sobre seus momentos.

 

André Schiliró

 

Claudia Leitte deveria andar com todos os amuletos contra inveja e mau-olhado que suportasse carregar. Linda, loura, rica e famosa, a cantora conquistou tudo o que dez entre dez mulheres sonham: uma carreira de sucesso, um marido espetacular (foi sua paixão de escola!) e um filho lindo e saudável. O dado mais importante dá ainda mais aquela pontinha de “inveja branca” na mulherada: tudo foi conquistado antes de ela completar 30 anos. Para terminar a lista de qualidades invejáveis, Claudia também é daquelas artistas difícil de se ver nos dias de hoje. Acessível e simpática, poderia tornar-se a melhor amiga de qualquer fã. Fala sobre tudo sem reservas, tem controle sobre sua vida e carreira e sabe bem o que quer do futuro, ainda mais promissor.

Em pouco tempo de papo, até o interlocutor mais reticente em dar intimidade ao entrevistado se rende ao charme de Claudinha, que virou balzaquiana neste sábado. Para comemorar a data, reviramos a vida da cantora de cabeça para baixo e descobrimos, entre outras curiosidades, que ela deu seu primeiro beijo na brincadeira salada mista, que nunca teve uma Barbie, que seu primeiro porre foi com Sangue de Boi e que perdeu a virgindade aos 19 anos. “Nunca me imaginei com 30 anos. Quando eu tinha 15, queria fazer 18. Estou feliz com tudo o que Deus me deu. Ele sabe o que está reservado para mim”, disse a mãe de Davi, de 1 ano e 5 meses, e mulher do empresário Marcio Pedreira, de 30, seu marido há três.


Brincadeira: pique-esconde
“Inventava arte na rua. Adorava pique-esconde, mamãe da rua, polícia e ladrão. As Barbies eram muito caras, mas sonhava ter uma. O presente que ganhei que mais me marcou foi no aniversário de 10 anos, o meu primeiro Gradiente. Sabe, aquele vermelho, amarelo e azul? Pô, ali foi massa! Tinha até microfone. Jamais vou esquecer.”

Queria casar aos 22 anos
“Nunca me vi com 30 anos. Quando tinha 15, queria ter 18. Me imaginava casando com 22, porque era uma idade avançada para mim (casou com 26). Minha mãe teve filho com 21 (ela, com 28).”

Já levou sua banda ao chão
“Eu ia cair e me apoiei no teclado, que desabou. Meu tecladista se apoiou no saxofonista e ambos caíram. Efeito dominó. Todo mundo no chão, em cima do trio, no meio de um show, rindo sem parar. Já perdi as contas de quantas vezes me machuquei no palco. Vivo com marcas roxas e meus pés precisam de calos. Se me desfizer dos calos, não tenho proteção.”

Leva o filho ao parquinho
“Faço tudo com meu filho. Sei que serei assediada, mas sou discreta. Não evito sair com ele, mas as pessoas sabem das minhas prioridades, principalmente se me veem com Davi. Recebo bem, mas não vacilo, não posso deixar de olhar meu filho.”

 

Fotos de arquivo

 


Primeiro beijo foi numa brincadeira
“Não me lembro muito bem, mas não foi nada incrível. Tinha uns 13 ou 14 anos e acho que foi na escada de incêndio do meu prédio. Foi numa brincadeira tipo salada mista.”

Já fez um bico como repórter da Band
“Era uma cantora que estudava jornalismo e precisava de uns trocados. Então, aceitei fazer a cobertura de um carnaval fora de época em Salvador. Foi breve. Naquela época, cantava no Babado Novo e me apresentava pelo Nordeste.”

Foi superfã das novelas ‘Fera radical’ e ‘Que rei sou eu?’
“Mesmo pequena, lembro que era apaixonada pela Duda que a Malu Mader fazia em “Fera radical”. Tinha duas bonecas, que se chamavam Duda e Malu, e eu dizia que ia ter duas filhas para colocar esses nomes. Também adorei “Que rei sou eu?” por causa da Claudia Abreu, que fazia a princesa Juliette. A-ma-va ela!”

Perdeu a virgindade aos 19 anos
“Minha primeira vez não foi fantástica. Ttinha 19 anos, queria ser independente, achava que tinha que me comportar como uma mulher. Muito embora não tenha sido cedo, eu era imatura demais. Não faria do mesmo jeito, o que não significa que estou arrependida.”

Davi é mais parecido com o pai
“Vejo muito do meu marido no meu filho, mas me vejo às vezes também. Tem horas em que ele está brincando comigo e consigo me enxergar ali. Ele abre as narinas como eu. Ele faz assim ó (e imita o filho para a repórter ver) quando respira, quando está feliz... É massa! Mas ele dá uma risada de canto de boca igual à de Marcio. Quando a gente começou a namorar e ele dava essa risadinha, achava que era só charme. Quando Davi nasceu, vi que é genético (ela ri e olha para o marido, que está sentado no banco de trás da van que leva Claudinha ao ensaio do show de estreia da turnê “Rhytmos”). Meu filho é lindo demais!”

Adora cozinhar
“Bato um bolão na cozinha. Não gosto do depois, de lavar prato, arrumar. Lavar é chato, arrumar a cozinha é um saco! Aí, Marcio me ajuda. Às vezes, estou lá fazendo a comida e ele já vai tirando um prato, lavando outro, vai guardando as coisas... Quando dá tempo, faço questão de fazer alguma comidinha pra gente. Amo cozinhas, tenho um verdadeiro prazer” (Marcio interrompe a entrevista e fala: “Ela cozinha bem, viu?”. Claudia, toda derretida, se vira para o marido: “Também te amo”).

 



Dá folga para seus funcionários para ficar sozinha com a família
“Vivo rodeada de gente. Então, às vezes, coloco todo mundo na rua. Falo: ‘Bora, todo mundo embora. Podem ir! Folga pra geral’. Passei dez dias de férias recentemente e não quis saber nem de babá (Davi tem duas).”

Não deixa a babá cuidar de Davi quando ela está em casa
“Gosto de ficar com meu filho. Sou canceriana, então, tenho verdadeiro prazer em trocar a fralda dele, acordar de madrugada... A babá não chega nem perto dele à noite. Só quem cuida dele nessas horas sou eu e meu marido. Às vezes, não aguento e puxo Marcio. ‘Vai lá, troca ele, é a sua vez’. E ele fala: ‘É a sua vez, você está me enganando’ (e ri, virando novamente para o marido). Eu gosto disso.”

Canta no chuveiro
“Gosto de cantar no chuveiro por causa da acústica, o barulho da água. Canto de tudo, lembro do repertório da minha época de barzinho: Djavan, músicas infantis que canto para Davi... Diversifico bastante. Às vezes, rola um ‘Extravasa’ (e ri).”

Nunca tinha dado banho em criança até Davi nascer
“Nos três primeiros meses do Davi, a babá que ficou comigo, que era uma enfermeira, falava: ‘Dona Claudia, a senhora tem que dormir. Trago ele, tiro ele do berço’. Eu brigava com ela e não deixava. A mulher não fazia quase nada! Eu morria de medo de dar banho em Davi, suava em bicas, pegava ele me tremendo toda, mas dizia: ‘Pode deixar que sei dar banho’. Nunca tinha dado, mas sabia que ia conseguir. Meu instinto fala sempre mais alto. E mãe é mãe, né?”

Fica nervosa quando o filho apanha de um coleguinha
“Nossa... Fico muito nervosa. Respiro fundo, mas o tiro na hora. Não falo nada porque não posso interferir na educação da outra criança, mas fico tensa demais. Já aconteceu, sim, claro. E eu fico chamando Davi, fingindo estar calma: ‘Vem cá, amor, coisinha linda de mainha, vem cá’.”

Tem medo de o filho se apegar a outra pessoa
“Ainda não penso em colocá-lo na escolinha porque ele é muito pequeno. Desde que fiquei grávida, sou assinante do boletim de uma revista para mães. Aí, leio as coisas e já me antecipo. Esta semana, recebi no boletim: ‘Nesta fase, o bebê costuma se apegar a quem está mais com ele’. Fiquei doida (e fala alto, gesticulando). Sai todo mundo daqui! Nada de escola, de babá, de ninguém. Isso é bem punk. A gente trabalha muito, né?”

O primeiro porre foi com Sangue de Boi
“Fui passar um fim de semana com o pessoal da escola, no 3 ano, e aí compraram umas garrafas de vinho Sangue de Boi. É um negócio doce que parece um suco que... Ah, meu amigo... Vim recitando poesia de Bom Jesus dos Pobres até Salvador, dentro do ônibus. Não sei como me aguentaram! Menina, fiquei enlouquecida. Não gosto de bebida assim, não posso beber. Tomo, raramente, um vinho com meu pai, com meu marido, uma “caipiroskazinha”, e só, porque não gosto de perder o controle. Sou muito fraca para bebida.”

Seu apelido de infância era Dinha
“Tive vários apelidos. Cacá eu tenho até hoje. Mas já me chamaram de Dinha, Dinhazinha. A única pessoa no mundo que ainda me chama de Dinha é a minha tia Luti. Acho até que me incomodaria ouvir alguém me chamar de Dinha, assim, todo dia, sabe?”

Prefere salgado a doce
“Se for numa TPM, aí prefiro comer doce, chocolate, né, amor? (pergunta ao marido). Mas, no geral, prefiro salgado, prefiro comida, pratão feito”.

Tem paixão por chiclete e chocolate
“Adoro chocolate. Chocolate produz muco, gente! Não sou viciada, mas quando como, mastigo com força. Chiclete também, minha filha, preciso parar com isso. Chiclete é punk também, né! Vixe!”

Jura que é rebelde
“As pessoas fazem uma imagem errada de mim. Não faço campanha de bebida e fotos nua porque não estou afim de fazer, e não porque eu seja a boa moça ou o perfeito exemplo... Estou longe de ser um exemplo, e não quero ser. Sou até meio rebelde. Quando quero, vou e faço. Sou meio cabeça-dura.”

Não aguenta mais falar sobre Ivete Sangalo
“Ai, gente, esse lance (de que há uma rixa entre as duas) vai fazer dez anos. Não fico chateada, só acho que isso é tão insignificante! E acho que o que as pessoas criam em torno disso é tão chato... E é cansativo também, porque são dez anos já e é sempre a mesma pergunta, cara... Acho, no mínimo, esquisito.”

Ainda come acarajé
“Amo acarajé. Mas, quando tenho vontade, prefiro o abará, que não é frito e prejudica menos a saúde. Tenho prazer em ter uma alimentação saudável, claro, mas não sofro com isso, não.”

Sempre carrega uma bombinha de asma
“Na minha bolsa não pode faltar minha bombinha de asma, minha carteira, meus documentos, celular e meu absorvente. É um bolsão! (ri)

Só tem um celular
“Tenho apenas um aparelho de telefone e o mesmo número há muito tempo. Não preciso ficar trocando, não (Marcio completa, fazendo graça com a mulher: “Em casa, só temos um telefone também, mas ela nem sabe o número”). Ih é... Não sei mesmo. Quando preciso falar com alguém de casa, ligo no celular.”

Foi feia na adolescência
“Teve uma época na minha adolescência em que eu era feinha. Às vezes, vejo uma foto e falo: ‘Vixe Maria, que é isso?’. E nem tenho como escapar desses momentos, né, porque está tudo registrado. Quando tinha uns 14 anos, nada dava certo, tudo era esquisito. Cabelo, pele... Com 17 anos, já estava mais bonitinha, mas com 14... A gente fica uma coisa, né? Só gostava do meu cabelo, que era liso em cima e com umas ondas, no estilo Gisele (Bündchen).”

Faz estudo bíblico em casa
“Não sou religiosa e nem tenho uma religião. Fui batizada na Igreja Católica e estudei em colégio de freira, mas não vou à missa sempre. Faço estudo bíblico na minha casa. Onde tem Deus, estou junto. Acredito Nele e sou crente na palavra Dele.”

Sonha ter uma menininha
“Se meu próximo filho for uma menina, ok, paro no casal. Se vier outro menino, vou entregar nas mãos de Deus, mas acho que tento de novo. Estou pronta para ter outro filho no fim do ano que vem. Penso em engravidar nessa época e passar o carnaval de 2012 com a maior barrigona em cima do trio.”

Queria o hexa de presente de 30 anos
“Eu ia passar o meu aniversário na África do Sul... Achei que íamos para a final da Copa, vencer, e o hexacampeonato ia ser o meu presente. Mas não deu, infelizmente.”

Seu jatinho não tem parede cor de rosa, nem de oncinha
“A galera imagina umas coisas, né? (e gargalha). Mas não tem, não. As paredes são brancas, não tem nada de diferente. Mas sabe que é uma boa ideia? Acho que vou botar uma parede de oncinha, uma de pelúcia... Vai ficar massa!”